terça-feira, agosto 14

Grito

Teoricamente, nós falamos para sermos ouvidos. Certo?
Mas será que nós sempre falamos com a intenção de sermos ouvidos?
Eu acredito que sim. E mais, acredito que falamos, queremos ser ouvidos, mas acima disso, queremos ser ouvidos por alguém.
Mas não por qualquer alguém, e sim, um alguém especial.
Nós não saimos por aí falando verdades para o vento, nem para ouvidos perdidos. Mas nós queremos atingir um certo ouvido pelo caminho. E seja lá quantos ouvidos aquelas palavras chegarão, só um ouvido importa, saca?

Eu mesma, escrevo aqui porque quero que as pessoas leiam.
Não só para algum perdido que surge por aqui, mas para pessoas especiais, pessoas à quem as vezes escrevo inconscientemente (ou não).

Se eu quisesse apenas desabafar, compraria um caderno ou um diário, escreveria várias bobagens lá, o esconderia e pronto. Ninguém, jamais saberia de nada.
Mas quando eu venho aqui e escrevo, estou partilhando com vocês, deixando minhas idéias, desejos, minhas fantasias, tudo isso para ser lido e compreendido (ou não) por alguém (ou por ninguém).
Estou querendo que alguém, ou alguém o leia.

E, daí eu me pergunto, se consegui o que queria.

Será que todas as pessoas fazem isso? De sair por aí escrevendo/falando porque querem ser lidas/ouvidas? Por que querem atingir um alguém? Por que sabem que atingirão alguém?

Isso tudo é tão confuso. Complexo, vago, confuso... Mas simples nunca.
E eu quero ser ouvida, quero atingir as pessoas. Cada uma de uma forma diferente, por motivos diferentes e com intenções diferentes.

Mas será que eu consegui alguma vez?

Até outra vez, quem sabe...
Outro dia... outra hora... outra vida, quando formos gatos.

quarta-feira, agosto 1

Divã

Desde o dia em que eu comecei a pensar em criar um blog que fosse só meu, para eu vir e ficar faalndo um monte de baboseiras, eu fiz um pacto comigo mesma de que não viria aqui, bancaria a depressiva e começaria a distribuir meus problemas e minhas decepções. Sabe, eu acho isso tão ridículo.
Todos temos problemas, e você não precisa ficar lamentando o quanto sua vida está uma merda e sair disponibilizando na internet.
Mas ao mesmo tempo, também não via o blog como uma matéria de jornal, onde eu teria um assunto e trataria dele. Passaria longos minutos redigindo um texto questionativo/conclusivo e pronto.
Não.
O blog seria um lugar para falar algumas coisas que eu penso, colocar um pedaço meu para fora, compartilhar idéias com quem quer que fosse. As vezes eu misturo tudo e faço de minhas lamentações um artigo e pronto. Virou um post.

Mas ultimamente, sei lá, anda tudo sem sentido sabe? Tudo ficou chato, coisas que me davam prazer agora me deixam entediada e o que antes me entediava me fazem ter vontade de me suicidar!
Nem eu sei o que anda acontecendo, à minha volta, mas eu não me vejo mais como eu era antes.
Tá, isso soou meio radical, e não era isso o que eu queria. É só que agora as coisas parecem ser tão diferentes!Por exemplo, se todos os dias você acordava e ia dar uma volta na praça, via pessoas indo passear com seus cachorros, crianças brincando... E você fazia isso todos os dias. De repente quando você vai até a praça dar a sua volta rotineira, percebe que aquela mesma praça é cheia de cocô de cachorro, crianças chorando e se batendo e você não consegue sequer imaginar como gostava daquilo antes! Simplismente mudou. Tudo mudou! Como se você acordasse de um sonho, ou algo assim.
Mais ou menos assim que me sinto.
E eu não sei o que me faz vir aqui e falar essas esquisitisses que não dão para compreender. Eu simplismente tenho vontada de vir e falar. Pronto.
E isso é tão chato. Eu sento aqui e fico falando um monte de coisa sobre a minha vida, e qualquer estranho pode vir aqui e ler. Mas ao mesmo tempo é bom, saiu tudo. Agora tô melhor.
Não que agora eu volte a enxergar a praça como um lugar doce e amável, mas consigo ver cachorros brincando felizes e crianças se batendo. Tudo junto, e tudo se equilibrando.
Que coisa mais chata que é essa vida.